domingo, 21 de julho de 2013

Imagem retirada da net

Mais um amanhecer.
Aqui estou, distante da vida normal, distante de qualquer vida.
Enraizada nesta terra que me consome pouco a pouco, sugando o meu ser, consumindo a minha alma.
Neste lugar cavernoso fiz a minha casa, o meu lar. Despojado de tudo, sentimentos, alegrias, cor.
É aqui, neste mágico lugar onde a bruma me acompanha e envolve com o seu manto humedecido, onde as árvores fantasmagóricas me protegem, as folhas secas servem de leito, que estou em casa.
A ponte que une as duas margens, é percorrida vezes sem conta durante o dia. Por momentos, páro a meio, sustenho a respiração até não poder mais, exalando lentamente, expelindo todo o ar possivel, para inspirar bem fundo o ar bafio envolvente.
Quando o entardecer chega, e os pirilampos se juntam para me iluminar, aguardo. É por este momento que espero.
Hoje não te vi chegar. Apenas senti o teu abraço envolver o meu corpo, sentindo os teus lábios saboreando o meu pescoço. Fechei os olhos e deixei-me levar...

3 comentários:

  1. E a nossa força interior, onde entra?

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  2. Estimada Comadre Carlota,
    Uma escrita perfeita bem profunda onde deixa ver o seu sentimento neste momento.
    Quantas vezes assim pensei quando em mosteiros me encontrava, como tal penso compreender o seu sentimento.
    A vida é assim, e neste mundo continuaremos a viver até que Deus nos chame.
    Abraço amigo

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  3. Deixei-me envolver pelas palavras e senti-me a atravessar também a ponte.
    Beijinho

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