quarta-feira, 3 de abril de 2013

Pensamento Interrompido

Os olhos entreabrem-se a custo.
Puxo os lençóis até tapar a cabeça, até sentir a respiração quente, abafada até quase não conseguir respirar. Hoje não quero levantar-me!
Pela claridade que entra pela janela, a manhã deve estar cinzenta adivinhando-se um dia chuvoso.
Enrosco-me mais um pouco, até o meu corpo desenhar a famosa posição fetal.
No silêncio daquele espaço quente, ouço o bater do meu coração, a respiração ficar ofegante. Fecho os olhos mais um pouco, e deixo o meu pensamento voar; a serra de São Mamede e os seus pequenos riachos, o arvoredo denso, a chuva que cai sobre o meu corpo.
Sinto os teus dedos acariciar a minha pele, a tua mão massajando-me suavemente, os teus braços envolver o meu corpo. Neste momento o pensamento voltou de novo ao quarto.
Lentamente o meu corpo volta-se até encontrar o teu.
Os meus lábios saboreiam os teus.
Os olhos continuam fechados e o pensamento deambula entre os lençóis. Fica no quarto.

2 comentários:

  1. (Não digo nada para não incomodar).
    :)

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  2. Perfeito... suas belas palavram encantam amiga Carlota. Chegam a ser quase divinas queria, confesso a você. Consegui imaginar tudo através da leitura e me senti "acolhido", agraciado por saber como são essas sensações. Quase nada neste mundo se compara a isto que tu escreveu. Primor. Meus parabéns...

    Ewerton Lenildo - @Papeldeumlivro

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