segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Wassily Kandinsky

Moscovo 1 (1916)





Several Circles (1926)


Wassily Kandinsky 1886/1944

Wassily Kandinsky, nasceu em Moscovo em 1866.
Artista russo, introdutor da Abstração no campo das artes visuais.

Em 1896, mudou-se para Munique, mas o estilo da escola de Azbè desiludiu-o. Preferia pintar paisagens coloridas ao ar livre em vez de modelos.

Na década de 1910, desenvolveu os seus primeiros estudos não figurativos, fazendo com que seja considerado o primeiro pintor ocidental a produzir uma tela abstrata.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um Delírio...V

(continua)
Ainda recordo a primeira vez que vi o Sr. Meireles.
A carrinha da biblioteca itinerante chegava todos os meses, no mesmo dia, à mesma hora.
Quando lá passava, de mão dada com a minha mãe não sabia o que era. Um carro na aldeia, não era coisa que se visse todos os dias.
Imaginava o que seria. O que traziam aquelas pessoas quando de lá saíam? E o senhor que lá estava. Tinha um ar simpático. Sempre sorridente. Falava com todos de igual modo.
Quando me via passar, sorria. Envergonhada, escondia o rosto na saia da minha mãe. Tinha medo daquele senhor.
Certo dia de Outono, em que o tempo começa a ficar frio, as noites a chegar mais cedo, ia para casa mais a minha mãe, quando passou a carrinha por nós. Ouvi o motor parar, e o senhor disse algo à minha mãe. Ela pegou-me ao colo e entrámos na carrinha. Fiquei com medo. Agarrei a minha mãe com todas as forças que tinha. A minha face contra o seu peito, quase que não a deixava respirar. Ouvi-o sorrir.
"- Não tenhas medo pequenota."
"-Peço desculpa, senhor. A Maria não costuma ser assim. Até é uma criança muito faladora, um pouco tímida, mas fala pelos cotovelos."
Ver as paisagens que tão bem conhecia pelo janela da carrinha a passar mais rápido que o normal. fez-me sorrir.
"-Chegámos!"
"-Mais uma vez obrigado, sr. Meireles. Maria agradece ao senhor!"
Não queria. Não queria olhar para aquele senhor, que tanto medo me metia.
"-Maria, como te portaste tão bem, tenho um presente para ti." - Um presente? Para mim? Nunca tinha recebido um presente. Nem sabia o que era um presente. A medo voltei a cara. Diante de mim estava uma cara triste, uns olhos castanhos tristes. A boca sorria, mas o resto não.
"-Não esteja triste! Eu gostei do passeio!" - disse com medo.
"-Toma. Um livro. É para ti. Não precisas devolver como os outros meninos. Este é só teu."
Sorri. Agradeci. E quando ia a despedir-me, disse baixinho: "Não esteja triste. Eu virei vê-lo sempre. Prometo!"
E assim foi.
Durante os anos seguintes, todos os meses lá estava à espera do sr. Meireles. Falávamos de tudo, família, livros, música, escola.
O dia mais triste da sua vida, foi quando casei. Nunca me disse o porquê.
E agora, aparece um neto, que eu nem sabia que existia. Falavam de mim. Como falavam de mim?! Porque falavam de mim?!

Agarrei a carta que acabara de ler. Dobrei-a e guardei-a no livro que não iria devolver nunca mais.
"Ricardo" disse baixinho.

(continuação)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Clannad & Bono - In A Lifetime (1985)



Aqui está a prova de como conhecia o grupo e a música.
Um Abraço, Falcão de Jade, grande Amiga!

Parabéns para a babosa!!

Já não me recordo muito bem, qual a fase da lua que na altura "ditava" ordens.
Os 22kg a mais, em pouco mais 1,50m era complicado de manobrar. Sonhava com um guindaste para me levantar da cama de manhã.
Tomar banho era um suplício (ainda hoje me faz impressão como as pessoas fortes/GORDAS conseguem tomar banho). Não conseguia lavar as costas, não chegava aos joelhos, e os pés já nem os via.
Vestir era outro drama. Calçar outro ainda maior.
E o andar, é que era engraçado. Bamboleava para um lado e para o outro, tipo um sempre em pé.
Tudo por uma boa causa.
A princesa nasceu às 12:33h certinhas. Parto normal. E as dores passaram logo assim que vi aquela carinha laroca.
Hoje, passados 11 anos, e sem os 22kg, o que é que pensam!, sorri ao ver a carinha laroca que de manhã sorriu, e me beijou quando lhe dei os parabéns.
Mas foi por pouco tempo, pois apareceu logo o pirata que se agarrou às pernas e disse:
"Parabéns Naninha! O D. faz anos! Anda ver o Ruca!"

O meu luar


Poucas coisa há que me deixam a sonhar...
Esta é uma delas...
Esta é a fase da lua, que mais "mexe" comigo.
Acordar, sair para a rua e ainda ver a lua a "sorrir" alegra o meu dia.


"Não tenho mais segredos
Escondi-me nos teus dedos
Somos metades iguais
Mas hoje só hoje
Leva-me para onde vais
Que eu quero dizer-te
Não desistas de mim

Não te percas agora
Não desistas de mim
A noite ainda demora"
Pedro Abrunhosa

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

GM


Um dia, quem sabe, serei GM.
Primeiro tenho que aprender a jogar...eheh

Educação ou falta dela

Uma das coisas que me faz comichão, impressão, aversão e outras coisas acabadas em ão é o facto de pessoas que não me conhecem tratarem-me por TU.
Sempre me ensinaram a tratar as pessoas que não conhecemos, sejam elas mais velhas ou mais novas por você.
"Oh C. passa lá a declaração!" - Isto não entrou bem no meu ouvido, que já de si tem um problema com certos sons, que vocês não imaginam. A minha surdez de percepção nestas alturas até fica aos "pulos" com a falta de educação.
Mas, delicadamente, com educação (como me ensinou o meu avôzinho), e como boa funcionária pública, e respeitando os colegas, os utentes e o local de trabalho, respondi.
"Sr. J. a SUA declaração será passada de seguida. Aguarde um pouco. E, para a próxima, e só por ser para si, é D.C, se faz favor, pois não andei com o sr. à escola. Muito obrigado e volte sempre!"
Quem estava ao lado, sorriu.
O sr. J pediu desculpa e saiu.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Dádivas

Os Pardais/Tordos

Abriu oficialmente a época sanguinária aos pardais.
A partir da semana que vem, e duas vezes por semana. o meu serviço vai ser assolado por bandos de pardais (não os do Carlos do Carmo) prontos a tornarem-se solidários.
Chegam em bando, começando logo a disputar o melhor galho, como quem diz, a melhor cadeira.
Após o reconhecimento do território começa a fase do galanteio.
Depois da fase "vampiresca" começa o tormento da metamorfose. O mais engraçado é vê-los chegar, confiantes, com ar de gingão e depois a desmaiarem que nem tordos. Depressa lhes passa o trinado refinado, o pavoenar e a exibição.
Como vêm numa fase solidária, perdoa-se-lhes QUASE tudo!!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Quem me faz sorrir

Bono Vox (Paul David Hewson)
Este é o rosto que me faz sorrir há mais de 28 anos.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Publicidade Enganosa


A imagem "fala" por si.

Mas deixo-vos o texto descritivo que acompanhava esta ilustração numa revista de venda por catálogo, em qualquer caixa do correio, acompanhado de comentário mordaz!
Página 69 - É que é tudo a ajudar. Não poderia ser outra página??
Porta-Banana: Fruta Protegida, fruta mais deliciosa! - Eles lá o dizem! Protegido e delicioso. Na minha altura era mais, o fruto proibido é o mais apetecido!
Porque nunca se sabe quando lhe vai dar a fome... - Bem visto! Nunca se sabe o sítio e a altura do dia em que um apetite voraz nos assolará.
Este porta-banana em plástico abre-se, coloca-se a fruta lá dentro, fecha-se e leva-se na mala, na mochila, até mesmo na pasta de negócios - Bem aqui, a minha imaginação voo. Imaginem lá o/a vosso/a chefe em plena reunião, sacar do porta-bananas. qual seria o vosso primeiro pensamento? O que está ele/a a fazer com o vibrador?!?
A sua banana estará sempre protegida de possíveis embates. Muito leve. Cores sortidas. Dimensões : diâmetro 4, 6 x 23 cm - O sonho de qualquer mulher ou homem!! Ter a sua banana em perfeitas condições sem se machucar, e em várias cores.
Um utensílio verdadeiramente útil, nos dias que correm para levar a fruta bem acondicionada para o local que mais desejar, e pronta a saborear sem nenhuma imperfeição.
E o preço?! Só 6,90€.

Orgulho Nacionalista


O Melhor Treinador do Mundo 2010

Que bom!
Mais um português a ser reconhecido pelo seu trabalho e não por deixar o país à beira da bancarrota, onde os pobres estão cada vez mais pobres.
Agora Mourinho, pedir desculpa por falar em português??!?!? Essa é que ninguém percebeu. Desculpa por quê? Por ser Português? Ora, ora Sr. Mourinho.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Ser

Sinto-me perdida.
Não sei quem sou, nem para onde vou.
Tudo à minha volta se transformou.
Da alegria, sai tristeza;
Do sorriso, uma lágrima;
Da companhia, solidão.
Uma pedra no lugar do coração.
Está vazia a minha alma.
Vazio o pensamento.
Só o meu corpo
Parado no tempo
Parado no lugar onde tu me deixaste
Abandonada
Sozinha
Um tormento!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Amizades

"amizade (latim vulgar amicitas, -atis)
s. f.
1. Afeição recíproca entre dois entes.
2. Boas relações."


Significado da palavra amizade num qualquer dicionário.
Significado descrito e tão diferente de sentir.
Pouco mais tinha do que 4 anos, quando conheci a minha 1ª amiga. De nome igual ao meu, a sua alegria cativou a minha timidez. Das brincadeiras próprias da idade, a cumplicidade nas risadas, nas partidas fez crescer uma amizade enorme que foi abruptamente interrompida. Poucos dias antes do Natal, recebi a melhor prenda de todas. Ao fim de 28 anos voltámos a encontrarmo-nos e depois da troca de telefones, mails ficou a promessa de um novo encontro, e desta vez não vamos deixar que a amizade seja interrompida de novo.
Com 8 anos vim morar para Portalegre. Cheguei a meio do ano lectivo e ainda hoje me lembro do meu 1º dia de aulas na nova escola. Sentada a uma mesa, encontrava-se uma menina que assim que a porta se abriu sorriu de uma maneira que ainda hoje me faz sorrir. Depois das apresentações e a professora me convidou a sentar onde quisesse, foi ao pé daquele sorriso que eu me quis sentar. O nome dela, o mesmo que o meu. Pela segunda vez na vida, era-me oferecida uma nova amizade. Talvez para compensar a que tinha perdido. Desta amizade, muito vivemos, muitos sonhos, promessas, namoricos, primeiras experiências segredadas uma à outra, até aos 15 anos. A vida, mais uma vez me colocou à prova e fiz as minhas escolhas. Desta vez não iria atrás de ninguém, seriam as minhas escolhas. A única vez que chumbei de ano, e a C. passou. Mudei de escola. Dois anos depois voltámos a ser da mesma turma, e aí, de novo fiz uma escolha. Tirar o 12º ano à noite e ir procurar trabalho.
Com 21 anos, comecei a trabalhar no serviço que mantenho até hoje e aí conheci a C. (não é o meu nome). Nasceu uma grande amizade que se mantém até hoje e eu espero que se prolongue por muitos anos. Combinámos os nossos casamentos e o nascimento dos nossos filhos foi quase programado. Partilhámos muito de nós. As nossas perdas fortaleceram-nos. E desta vez, não fui eu a "fugir".
Há quatro anos conheci o L. A grande surpresa de todas até hoje. Conhecemo-nos sem nos conhecer. Está presente nos bons e maus momentos. Sorrimos das alegrias, partilhamos as tristezas. Foi o grande incentivo à criação deste blog, o grande apoio na altura da faculdade. Afastámo-nos um pouco, mas ambos sabemos que quando precisamos estamos lá, na altura e situação devida.
Espero que a M.J. e o M. continuem a ser uns queridos e que daqui a algum tempo possa escrever algo sobre eles, pois agora sei tão pouco, mas já os considero como amigos. Aguardo a vossa visita a Portalegre.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Carga Policial


O que fazem seis polícias, com ar de polícias, cara de polícias, farda de polícia, dentro da carrinha da polícia à porta do meu serviço e pela segunda vez????
Não sabem? Eu digo.
Em vez de nos protegerem dos ladrões, salvaguardar o nosso património, vigiar as nossas ruas, protegerem os nossos filhos, andam a ver de agendas para 2011.
Coitadinhos! Não devem ter mais nada para fazer.
E as agendas devem servir para anotar os criminosos que prendem, quantas vezes prendem o mesmo, quantos deixaram fugir, ou simplesmente quantas vezes são chamados e demoram mais de 2horas a aparecer. Ai espera, isto eles não podem anotar.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Eclipse Parcial do Sol I


É só porque gostei muito da foto.
Descansem que não vou acrescentar mais nada ao post anterior.

Eclipse Parcial do Sol


Em dia de eclipse parcial do sol, não se adivinha boas novas.
O irrequieto Morpheu, ora soprava à direita, ora acariciava à esquerda. O cabelo desalinhado, a cara de sono, o corpo quente não me deixavam sossegar. E o Morphs como sempre, atormentava-me o corpo e o pensamento.
Quando o despertardor tocou, pulei na cama tão rápido que parecia uma cama elástica de tão depressa que fiquei em pé. Despertador?? Há meses que acordava antes de ele tocar, que já nem lhe conhecia o toque. É pior que a sirene dos ataques bombistas da 2ª Guerra Mundial.
Vou a tropeçar até à casa de banho que faz lembrar um igloo, de gelada que está. Só lá falta o esquimó à pesca. Talvez o encontre quando estiver a tomar banho.
A água quente a escorrer pelo corpo está a saber tão bem, o aroma a orquídea invade a casa de banho e, e... atchim! alergia. Era só o que faltava.
Acabei o banho mais cedo, saí da banheira a espirrar e tive que ir à cozinha enrolada na toalha, tomar o xarope. Apesar do banho, ainda me encontro meio endorminhada (Ai Morpheu, está noite, lixo-te) e em vez do xarope para a alergia que não me dá sono, tomei o que me dá sono. Daqui a pouco encontro-me pior do que um bêbado em dia de ressaca.
Saí de casa ainda a noite espreitava, sim, que aqui a menina levanta-se muito cedo.
Até ao momento mais nenhum incidente a registar, tirando o facto de já quase ter batido com a cabeça em cima da mesa, para aí uma dezena de vezes e estar com um ar de gazias de primeira. Linda!

Tirando o facto de ter levado agora mesmo um beijinho (na FACE) da angariadora de fundos lésbicos, mas isso são outras conversas, eheheh.
A culpa é do eclipse. Poderia ser do Robert Pattinson, mas pronto, nem tudo é perfeito.
Ahh e o sol, nem vê-lo. Só nuvens e mais nuvens.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Luta


É através de ti que sinto.
É através de ti que vejo.
O Outono passou, os dias de Inverno tardam em chegar. Este calor sufoca. Asfixia o ar que me custa respirar.
As árvores, agitam despidas ramagens à minha passagem, como se quisessem expulsar-me do caminho. Um caminho sinuoso, tortuoso pelo qual tenho que passar para chegar a ti.
Paro, fecho os olhos.
O vento sopra, os ramos voltam a agitar-se fortemente, chicoteando-me. Pequenos galhos entrelaçam-se nas minhas pernas, puxando-me.
Luto, debato-me, tentando fugir.
Pequenas gotas de sangue escorrem pelo meu corpo.
Começa a chover. Uma chuva forte, gélida que me enregela.
Sinto o corpo cair violentamente contra o chão. Algo me puxa.
Quero sair dali. Quero fugir. Sinto o corpo enfraquecer. Não vou lutar mais, sinto-me fraca.
Sorrio ao pensar em ti.
Deixo-me levar! Contra o caminho pretendido.
Uma lágrima escorre pela minha face. Fecho os olhos e deixo-me ir...